Páginas

quinta-feira, 11 de abril de 2013

PM QUER COMISSÃO CRIADA EM 30 DIAS



BIZU DE PRAÇA

Cerca de cinco mil militares do Estado da Bahia, durante assembleia, no Ginásio dos Bancários, nos Aflitos, votaram o prazo de 30 dias para que o governo do Estado crie uma comissão que analisará as propostas da categoria apresentadas em reunião com o governador Jacques Wagner, na última terça-feira à noite. A decisão é em resposta ao indicativo do governador de criar uma uma equipe para remodelagem da Polícia Militar em 180 dias.
Uma nova assembleia foi marcada para o dia 9 de maio, às 15 horas, no Ginásio dos bancários, nos Aflitos, quando serão definidos os rumos do movimento. Na pauta de reivindicações, entre outros pontos, a discussão sobre a proposta do Governo do Estado de reajuste salarial da categoria, a ser aplicado retroativamente a partir de 1º de janeiro deste ano, quando ocorreu a data-base da categoria.
Os militares pretendem discutir mobilizações caso o Governo do Estado tente retirar da Gratificação por Atividade de Polícia (GAP) IV percentual a ser acrescido no soldo para equiparar ao salário mínimo.
A GAP IV é prevista na Lei 7.145/97, que foi publicada e não cumprida por mais de 15 anos. O benefício agora compõe a remuneração dos policiais. "Vamos lutar para que o Governo não desconte percentual da GAP que é direito adquirido. Não retrocederemos na garantia que é nossa", afirmou, o vereador soldado Prisco.
"A luta deve avançar. Precisamos regulamentar o auxílio acidente e garantir o pagamento de periculosidade e insalubridade. A quantidade de policiais mortos e com sequelas nos últimos oito anos só têm aumentado”, afirma.
OUTRAS DEMANDAS
Para 2013, a categoria ainda quer a resolução das promessas feitas pelo governo do Estado durante a greve da categoria, que acabou no dia 11 de fevereiro do ano passado, e ainda não foram cumpridas.
Entre as reivindicações, está a anistia dos cerca de 100 militares que ainda respondem pela participação no movimento grevista do ano passado, mesmo após o governador Jacques Wagner se comprometer, inclusive através da grande mídia, a não impor sanções à categoria.
Os militares ainda lutam pela abertura de uma comissão para discutir a criação do Código de Ética da categoria em substituição ao atual estatuto, outro compromisso do governo não cumprido. “O estatuto atual é 50% inconstitucional. A exemplo, da demissão de militares reformados, proibida expressamente pela Súmula do STF. É um absurdo que ainda esteja em vigor”, afirma.
A categoria também briga, em 2013, pela criação de uma segunda comissão que irá discutir um plano de carreiras para a classe, outra promessa não cumprida pelo governo do estado, além de auxílio transporte (smart card) e fim da escala em ciclos/períodos para os militares.
EFETIVO ILEGAL
E as reivindicações não param por aí. Ainda cobra o aumento do efetivo para o ideal previsto em lei. “O próprio comandante geral afirmou que a academia não tem condições de formar mais que quatro mil militares por ano, o que não atende a demanda exigida por lei. Eles só conseguem repor os policiais que vão para a reserva”, reclama o soldado Prisco.
O vereador solicita que seja encaminhada ao governador a necessidade do aumento de efetivo. Segundo a Lei 11356/09, que regulamenta soldo e efetivo da tropa, até 2011, 42.664 homens deveriam compor o quadro da corporação. Ainda hoje, o efetivo é 24% inferior ao previsto em lei.
“Como a quantidade de homens é pequena, eles impõem escalas exorbitantes e ilegais. É preciso melhorar a estrutura das academias para formar mais militares. Isso sem falar na necessidade de otimização do curso para a formação da categoria”, reivindica.
BIZU DE PRAÇA

Nenhum comentário:

Postar um comentário