Nova regra do voto em legenda será aplicada pela primeira vez nesta eleição.
Votos em branco e nulo não são considerados ao computar o resultado final.
Para quem ainda tem dúvidas sobre as opções que vai encontrar nas urnas, o G1
explica quais são as diferenças entre esses três tipos de voto e o
efeito que cada um produzirá no resultado final das eleições.
COMO É FEITO O CÁLCULO DOS VOTOS | |
---|---|
>> Imagine que, ao final do primeiro turno, a Justiça Eleitoral apurou que houve 100 mil votos válidos (excluídos brancos e nulos) no município hipotético de Campo Feliz. | |
>> Com base nesse número, calcula-se o quociente eleitoral, que determina o mínimo de votos que um partido ou coligação necessita para conseguir vagas na Câmara Municipal de Campo Feliz. Esse quociente é calculado pela divisão do número de votos válidos pelo total de vagas que existe na Câmara. | |
>> A Câmara de Campo Feliz tem 10 vagas de vereador. Portanto, para ter direito a uma vaga, um partido ou coligação necessita de pelo menos 10 mil votos (somados os votos individuais em candidatos e os votos dados à legenda). | |
>> A novidade introduzida pela reforma eleitoral de 2015 é que, no exemplo de Campo Feliz, mesmo que o partido tenha alcançado os 10 mil votos, só poderá preencher a vaga se um dos candidatos a vereador desse partido tiver conquistado mil votos (10% do quociente eleitoral) ou mais. | |
>> Se o partido não tiver um candidato com o mínimo de votos exigido, essa vaga é transferida a outro partido ou coligação após novo cálculo. | |
Fonte: Lei 13.165, de 29 de setembro de 2015 |
Voto nulo e voto em branco
Antigamente, o voto branco era levado em conta na hora de calcular a maioria absoluta dos votos em uma eleição.
Antigamente, o voto branco era levado em conta na hora de calcular a maioria absoluta dos votos em uma eleição.
Após a Constituição de 1988, a situação mudou. Assim como o voto nulo, o
voto em branco não é considerado entre os votos válidos, que são
aqueles usados pela Justiça Eleitoral na hora de calcular quem foi
eleito.
Por isso, mesmo se a maioria dos eleitores votar branco ou nulo, ainda
assim a eleição não é anulada, e vence o candidato mais votado.
Hoje, a diferença entre branco e nulo está no modo como o eleitor registra esses tipos de votos.
O voto branco é registrado ao se apertar, na urna eletrônica, o botão escrito "branco".
Já o voto nulo é computado quando o eleitor digita um número que não pertence a nenhum candidato e aperta o botão "confirma".
Voto na legenda
O voto em legenda é possível nas eleições proporcionais (para vereador e para deputado).
O voto em legenda é possível nas eleições proporcionais (para vereador e para deputado).
Em vez de escolher um candidato, o eleitor tem a opção de votar em um partido (a legenda).
Para isso, basta digitar, na urna, o número do partido, em vez do número do candidato.
Assim, o eleitor contribui para que a coligação da qual o partido faz
parte obtenha mais votos. Quanto mais votada for uma coligação, mais
terá direito a eleger candidatos, desde que alcance o quociente
eleitoral.
A eleição proporcional leva em conta o chamado quociente eleitoral –
número de votos válidos da eleição dividido pelo número de vagas na casa
legislativa (veja um exemplo do cálculo do quociente eleitoral na tabela acima) –, que determina os votos mínimos para uma coligação eleger um candidato.
Até a última eleição, se uma coligação obtivesse, dentro do quociente
eleitoral, votos suficientes para eleger, por exemplo, cinco
parlamentares, estariam eleitos os cinco mais votados daquela coligação.
No entanto, uma mudança na lei,
aprovada ano passado no Congresso, alterou essa regra. Agora, os
candidatos a deputado federal, deputado estadual e vereador necessitarão
obter, individualmente, um total de votos de, pelo menos, 10% do
quociente eleitoral.
saiba mais
Com a nova regra para o voto na legenda, mesmo se um partido atingir o
quociente eleitoral, só poderá preencher a vaga se um dos candidatos a
vereador desse partido tiver conquistado, pelo menos, 10% do quociente.
Se não houver um candidato com a votação mínima, a Justiça Eleitoral
fará um novo cálculo, e as duas vagas serão transferidas para outro
partido ou coligação cujos candidatos cumpram o requisito.
Isso vai evitar que um candidato muito bem votado ajude a eleger colegas de coligação que tiveram votações baixas. Foi o que aconteceu,
por exemplo, com o deputado federal Tiririca (PR-SP) em 2010. Candidato
a deputado federal mais votado do país na ocasião, ele fez tantos votos
acima do quociente eleitoral que ajudou a eleger colegas que tiveram
votação muito baixa, normalmente, insuficiente para se eleger para a
Câmara.
Desse modo, se um eleitor optar pelo voto na legenda pode, caso os
candidatos da coligação não sejam bem votados, ajudar as coligações
rivais.
Isso está fazendo com que, na campanha deste ano, partidos peçam aos
seus eleitores para que abandonem a prática do voto de legenda, no qual o
eleitor vota só no partido e não especificamente em um candidato.