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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Caso Rielson: PM citado pelo promotor resolve se calar e evita a imprensa

 Redação RADAR 64
Foto: Arquivo
Citado como suspeito de um possível favorecimento aos executores do prefeito Rielson
o soldado Agnevaldo Cardoso cancela entrevista e evita falar com a imprensa

Foto: Arquivo
Promotor Dinalmari Mendonça associou nome do policial ao assassinato do prefeito de Itagimirim
Atendendo à determinação superior, o policial militar Agnevaldo Cardoso Rodrigues, lotado na 7ª CIPM com sede em Eunápolis, suspendeu a entrevista marcada para esta quarta-feira (8) na rádio 98 FM, bem como as entrevistas a qualquer órgão de imprensa. Ele teria solicitado direito de resposta à emissora de Eunápolis, conforme divulgou nas redes sociais, depois de ter seu nome associado aoassassinato do ex-prefeito de Itagimirim, Rielson Lima, em 29 de julho passado.

Em entrevista à mesma emissora, o promotor do caso, Dinalmari Messias, disse que “a forma como os policiais militares agiram no dia da morte do ex-prefeito, gerou suspeitas de que eles podem ter contribuído de alguma forma para o crime”, no entanto admitiu que as investigações teriam de ter apontado neste sentido. Mais adiante o promotor indica um possível favorecimento ao policial, cujo pai, Agnel Cardoso de Araújo, cinco meses após o crime foi nomeado secretário de Agricultura em Itagimirim.

"O PM favorecido é um dos dois policiais de plantão na cidade no dia 29 de julho e teve comportamento suspeito", segundo o promotor. "Ao permanecer cerca de duas horas em um posto de gasolina, conversando com o colega de serviço. Meia hora depois, Rielson seria assassinado a tiros em praça da cidade. Em seguida, o bandido pegou a moto devagar e empreendeu fuga devagar, ou seja, ele tinha certeza que ninguém iria obstruir a fuga", relatou a autoridade.

"Claro que não tem como dizer que eles estão envolvidos, mas parece que pela forma como aconteceu quem executou o ex-prefeito sabia que não teria policial militar ali naquela hora. O bandido desceu devagarinho, correu atrás da vítima e fugiu devagar, ou seja, ele tinha certeza que ninguém iria atrás dele", frisou o promotor.


Nessa mesma entrevista, no dia 2 de abril, o promotor Dinalmari Messias considera a nomeação do pai do soldado como “mera fachada, o que deixa o PM na condição de mais suspeito ainda. Como ele tinha sido professor (Rielson o nomeou), acumulando com o cargo de policial militar eu mandei uma recomendação ao ex-prefeito. Cinco meses após o crime, o prefeito Rogério Andrade (PP), que era vice de Rielson e assumiu o cargo e nomeia o pai do policial, mas quem manda de fato na secretaria é o filho”. Mais adiante ele reitera: “esta forma de fraudar uma nomeação cria nele uma condição de suspeito de envolvimento com esse crime”, aponta o promotor.

PREMIADO LÍDER COMUNITÁRIO

O policial militar citado na entrevista do promotor Dinalmari Messias não quis conceder entrevista à equipe do Radar 64. Colegas dele na corporação disseram, em Itagimirim, que o secretário Agnel Cardoso de Araújo é membro fundador de uma associação comunitária chamada 'Roça do Povo'. Trata-se de um projeto de agricultura familiar, que beneficia 76 pequenos agricultores com o plantio da mandioca, numa área de 80 hectares, cedida em regime de comodato pela Veracel Celulose no distrito de União Baiana.

Em 2011, o policial militar Agnevaldo Cardoso Rodrigues foi o 4º colocado no concurso Servidor Cidadão, promovido pelo Governo do Estado da Bahia. O Prêmio Servidor Cidadão é destinado a reconhecer a obra de servidores estaduais que desenvolvem ações voluntárias de cunho social.

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